Democracia Brasileira em crise: impactos imediatos



A invasão da sede dos três poderes em Brasília, no último dia 8 de janeiro deste ano, foi o estopim da crise democrática que o Brasil enfrenta há tempos, mas que agora, com esses novos desdobramentos, repercutiu no mundo inteiro. 

É importante salientar que somos contrárias a qualquer espécie de destruição e vandalismo a órgãos públicos. Dito isto, os fatos que antecederam essa tragédia devem ser postos à baila. Desde 2019 o Senado Federal tentou implementar a CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a atuação de autoridades de tribunais superiores em especial de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). 

A iniciativa foi batizada de CPI da Lava Toga, porém não alcançou o número de assinaturas necessárias por Senadores, ao menos 27 dos 81 senadores eleitos e foi abandonada ao longo dos últimos quatro anos. O único meio de apurar as ações de Ministros do Supremo é por meio do Senado Federal. 

Entretanto, o Ministro do STF gradativamente foi escalando os limites de sua competência, como por exemplo, mandando investigar, bloqueando contas bancárias e determinando busca e apreensão de um grupo de empresários que tiveram conversas de whatsapp expostas. Além disso, ao longo dos últimos anos, meios de comunicação televisivos e contas de redes sociais foram derrubadas pelo conteúdo ferir o que Alexandre de Moraes entende abalar a democracia, em outras palavras, o ministro normalizou a censura no país, com a total conivência da mídia. 

Uma pesquisa do Instituto pesquisa Atlas/Intel publicada no último dia 10 de janeiro diz que 75,8% dos entrevistados discordam dos atos de vandalismo em Brasília, porém 27,5% avaliaram ser justificada em parte, o que demonstra o desprezo de uma parte da população pelas instituições. O que antes vivíamos era a crise dos três poderes, com o judiciário extrapolando sua esfera de competência e atuando como Juiz, Promotor e Delegado, o que agora presenciamos é a ausência de confiança da sociedade brasileira com todos os poderes da república. 

A preocupação com a censura no Brasil e a denúncia do rompimento institucional provocado pela Suprema Corte e, mais especificamente pelo Ministro Alexandre de Moraes, está transbordando fronteiras nacionais e ideológicas. Democratas, por essência, defendem a liberdade e a aplicação da lei, e não sendo omissos ou coniventes com os abusos que estão sendo cometidos pelo Judiciário brasileiro.

 

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