Cultura

Lisnave, um estaleiro à margem do Tejo

Volvidos mais de vinte anos desde o encerramento da Lisnave, as suas estruturas mantêm-se ainda sobranceiras ao rioTejo. A Lisnave foi mais uma iniciativa do industrial Alfredo da Silva posta em prática já após a sua morte por um grupo de acionistas e seus descendentes. Inaugurada em 1967, este estaleiro naval localizado na Margueira, em Almada, foi um dos estaleiros mais modernos da época, resultado do casamento entre a tecnologia mais avançada e a longa tradição nacional de construção naval. Estava orientado para a construção e a reparação de navios que iriam navegar o Atlântico e o Mediterrâneo na era dos super petroleiros. A famosa “Doca 13” - batizada com o nome do seu fundador, Alfredo da Silva - foi a maior doca seca do mundo. Uma das razões do seu sucesso estará ligada ao grande investimento feito na formação da sua mão de obra, quer nos seus próprios estaleiros quer em estaleiros suecos e holandeses, chegando inclusivamente a constituir um centro de formação. No ano 2000 as instalações navais fecharam portas, ficando ao abandono e sem qualquer projeto em vista a ser operacionalizado. No entretanto, o espaço vai sendo palco de uma programação underground e, as suas estruturas, suporte para trabalhos de grandes dimensões como, por exemplo, as obras da autoria de Vhils.

Fonte: LUZIA, Ângela; ESTEVES, Joana; SANTOS, Mª José (2012) Na Rota do Progresso: A Indústria Naval em Almada, Câmara Municipal de Almada.